QUEM É NANI DE JOÃO PEQUENO?

Biografia

Cristiane Santos Miranda, mais conhecida na capoeiragem como Nani de João Pequeno, conviveu no seio da Capoeira Angola desde criança, e também pelo fato de ser neta de João Pereira dos Santos o saudoso Mestre João pequeno de Pastinha, pessoa que lhe ensinou a Capoeira Angola e quem lhe delegou a missão de continuar seus ensinamentos, herdados pela filosofia do seu Mestre, Vicente Ferreira Pastinha, ou simplesmente Mestre Pastinha. Como foi cuidada pelos seus avós e eram ela e mais dois irmãos, no início seu avô insistia para que seus irmãos o acompanhassem na capoeiragem e franqueava a decisão de sua neta para iniciar, mais só quando ela quisesse. Mais há 23 anos atrás ela decidiu iniciar a vida nesta arte e logo seus irmãos que já eram muito conhecidos, no qual até música o mestre fez para eles, uma das foi “Ho Bujão... Capoeira de Angola é Rolada no Chão” , logo eles não continuará a prática da capoeira o mestre ainda tentou mais até hoje só Nani quem dei continuidade ao legado na família. E Desde lá o mestre venho a ensinando a dar aula na academia CECA - Centro Esportivo de Capoeira Angola - Salvador/BA (Fazenda Coutos e no Forte do Santo Antônio), e em viagens, Projetos do grupo e em escolas. Fui mãe a primeira vez ainda adolescente, (hoje tem dois meninos Gustavo com 16 anos e o João com 5 anos) e na época de seu primeiro filho estava sem perspectiva na vida, quando menos imaginou a capoeira mostra o quando tinha valor, e em 2006 foi reconhecida professora de capoeira Angola e assim começou a dar aula em projetos e dentro dos espaços escolares e em 2018 tive a classificação de Mestra de Capoeira Angola pelos meus padrinhos Mestre Ciro e Mestre Roberval (1996 que começo a prática da Capoeira Angola). Com experiência em Confecção de berimbau (instrumento musical), Projetos sociais, recreação infantil através da capoeira angola, Ritmos e sons da Capoeira Angola (Musicalidade e samba de roda). Além da capoeira tive a oportunidade de concluir em 2013.1 o curso de Educação Física na Faculdade Social da Bahia, ampliando assim o acervo de conhecimento da cultura popular com a educação, levando para dentro da escola e comunidades carentes, minhas experiências para crianças, jovens e adultos.

Ao lado do Mestre João Pequeno, mesmo ele com idade avançada, criamos o Projeto Pequenos de João, na comunidade da Fazenda Coutos em 2007, mais precisamente na laje da casa, no 3º andar, onde desenvolvia as atividades. Eu dava aula para crianças, e o Mestre João Pequeno fazia questão de participar, levando seus ensinamentos a elas. Quando comecei o projeto, ele já estava com 89 anos e, mesmo assim, fazia com que esses movimentos fossem inesquecíveis e indispensáveis. Pois mesmo com a idade avançada, o Mestre conseguiu transmitir muitos valores e plantou sementes na nova geração, e assim dei continuidade na minha formação ao lado do meu avô e Mestre. Para mim o meu avô é uma grande referência de inspiração e orgulho, na época do seu falecimento, estava concluindo a graduação em Educação Física. Minha monografia, João Pequeno de Pastinha e a volta que o mundo dá: percepção da cultura a partir da roda de capoeira angola, discute a metodologia do mestre e faz uma vinculação da importância da cultura popular com a cultura acadêmica. E hoje administro o CECA – AJPP Matriz Salvador como Presidente e coordenadora junto com os demais discípulos do Mestre, além do Projeto Pequenos de João dando continuidade ao trabalho do mestre João pequeno, mantendo a memória e a filosofia, no Forte Santo Antônio Além do Carmo e na Fazenda Coutos. Este ano de 2017 foi o Centenário do Mestre João Pequeno, no qual aconteceram várias atividades e homenagens para manter a sua memória e seu ensinamentos, presentes e trazer para a nova geração da comunidade capoeiristica a importância desse grande mestre que foi o mestre João Pequeno.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas

NOTICIAS DO GRUPO


PUBLICAÇÃO DA REVISTA RAÇA ESSE MÊS DE FEVEREIRO CONFIRA A MATERIA NO LINK, AQUI NO BLOG OU NAS BANCAS.

LINK:
Raça Brasil A fórmula de um grande mestre - Quando o assunto é capoeira, vem à mente uma série de referências, como a ginga, a música, a história, os escravos, a cor da roupa - predominantemente branca - , o berimbau, os movimentos, as letras, a alegria... Entre tantas, existe uma figura mais que especial presente na roda: o mestre, fio condutor de toda magia existente na arte da capoeira
LINK DA CAPA COM OS DESTAQUES:
Capoeira
A fórmula de um grande mestre
Quando o assunto é capoeira, vem à mente uma série de referências, como a ginga, a música, a história, os escravos, a cor da roupa - predominantemente branca - , o berimbau, os movimentos, as letras, a alegria... Entre tantas, existe uma figura mais que especial presente na roda: o mestre, fio condutor de toda magia existente na arte da capoeira

Por Eli Antonelli
Foto: Divulgação
Em dezembro, a capoeira angola ficou órfã de uma de suas maiores referências: João Pereira dos Santos, o mestre João Pequeno – um lutador na arte e na vida, herdeiro de mestre Pastinha – que morreu aos 93 anos, na Bahia. Ainda jovem, fugiu da seca, trabalhou na construção civil durante certo tempo, enfrentou com coragem as dificuldades da cidade grande e foi carvoeiro (o “João do carvão”).

O trabalho duro e sofrido foi o alicerce para a força e a energia constantes, capazes de marcar a história na arte da capoeira, formando outros mestres e inúmeros discípulos. O portal da Capoeira (www.portalcapoeira.com) destaca uma de suas citações. Para ele, “a capoeira era boa para o corpo para mantê-lo flexível e jovem e, mais que isso, bom para desenvolver a mente.” No bairro Fazenda Couto, no subúrbio ferroviário de Salvador, Cristiane Santos, ou Nani de João Pequeno, a neta que o acompanhava nas atividades, relembra as histórias do avô. Ela conta que a fama não lhe trouxe os recursos necessários e foi com muita dificuldade que ele continuava, mesmo com idade avançada, a fazer o seu trabalho na capoeira, como o projeto Pequenos do João, que surgiu na comunidade em 2007, mais precisamente na laje da casa, no 3º andar, onde João subia com dificuldade. Nani dava aula para crianças, e mestre João Pequeno fazia questão de participar, levando seus ensinamentos a elas. “Quando começamos o projeto, ele já estava com 89 anos e, mesmo assim, fazia os movimentos. Esses momentos são inesquecíveis, pois mesmo com a idade que tinha, ele conseguiu transmitir muitos valores e plantou sementes na nova geração”, afirma Nani.
Foto: Arquivo Pessoal
Para ela, a maior lição que o avô deixou foi a humildade. “A grande contribuição dele foi ensinar esse respeito pelo outro, mesmo com todo conhecimento e vivência que tinha da capoeira, sendo um discípulo direto de mestre Pastinha, um ícone da capoeira angola, meu avô sempre aprendia com os outros, tinha um respeito pelas pessoas”, diz. Atualmente, Nani é professora de capoeira (começou a praticar com o avô, aos 12 anos) e está concluindo a graduação em Educação Física. Sua monografia, João Pequeno de Pastinha e a volta que o mundo dá: percepção da cultura a partir da roda de capoeira angola, discute a metodologia do mestre e faz uma vinculação da importância da cultura popular com a cultura acadêmica.


Para o mestre João Pequeno, não existia a diferenciação entre os alunos e, por essa postura, chegou a ser criticado pelo trabalho que fez no Centro de Cultura Popular. “Ele tinha vários tipos de alunos, desde os mais humildes, aqueles que conseguiam, às vezes, só pagar uma matrícula, mas mesmo assim, o mestre não deixava de ensinar. Sua retribuição não era o dinheiro, mas, sim o que essas pessoas poderiam, a partir daquele conhecimento, passar à sociedade”, lembra Nani.

Famoso, ele viajou praticamente o mundo inteiro e tinha tudo para ter um comportamento diferente, mas manteve-se firme em seu propósito de levar a arte da capoeira para o maior número de pessoas possível, sempre pregando a humildade. Um fato marcante foi quando recebeu o título de Dr. Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Fez questão de convidar as pessoas da comunidade, as crianças do projeto, os pais, os parentes... Lembro de uma senhora que disse: ‘Eu nunca imaginei que um dia entraria na UFBA e seu João me levou lá’. As pessoas viam o mestre João Pequeno ser homenageado num lugar como aquele, sabendo que ele estava lá e que fazia parte daquela comunidade simples. Perceberam que também poderiam superar as barreiras e as dificuldades, alcançar seus objetivos. Foi gratificante ver o que significou aquele momento para as pessoas da comunidade”, relembra Nani. Os ensinamentos de João Pequeno foram registrados no livro Uma vida pela capoeira, lançado em 2002. Além da obra, a neta mantém um site com todas as informações sobre o avô: www.joao-pequeno.com.

O professor de capoeira Marcelo Pinhatari mudouse em 1997 para Salvador e conheceu a capoeira angola no Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), coordenado por mestre João Pequeno desde o início dos anos 80, com a morte de mestre Pastinha – o mais conhecido e famoso mestre de capoeira angola. “Deixou em vida um testamento, ao dizer que “a eles (João Pequeno e João Grande”) eu ensinei tudo, inclusive o pulo do gato.”

Pinhatari conviveu diretamente por três anos com o mestre, até retornar ao sul, quando formou a Associação de Capoeira Angola Forte Santo Antônio que, hoje, está com 11 anos de atuação, levando as técnicas e os ensinamentos do mestre Pastinha para a região. A relação de ensino possui características próprias. “O processo pedagógico na capoeira angola envolve uma relação de comunicação corporal direta, em que estão envolvidos elementos como atenção, concentração, autoconhecimento, controle de movimentos, autocontrole, entre outros”, conta o professor. Ao longo do tempo, a Associação recebeu professores do Ceca, inclusive com a presença de Nani, em eventos realizados pelo grupo.
"MESTRE JOÃO PEQUENO ERA CRISTÃO, MAS TINHA UM PROFUNDO RESPEITO PELA HERANÇA DE MATRIZ AFRICANA. NUNCA DEIXOU DE CANTAR ALGO NA CAPOEIRA, POR SER CRISTÃO HAVIA UM RESPEITO ÀS DIFERENÇAS QUE ELE DEMONSTRAVA NA PRÁTICA"

Nenhum comentário:

Postar um comentário